Às vezes temos que ser os últimos da fila por algum tempo. Apura os sentidos e dá-nos mais força.
Ora vamos lá bater um bolo. Tenho uma panóplia de ingredientes diferentes. Temos futebol, filas de espera, hotéis, restaurantes, credenciais, paisagens e egos.
Não gosto de pedir, só se tiver mesmo que ser. Não é do meu feitio. Gosto de fazer e pronto. Até mesmo um “chega-me aqui aquilo”, “põe-me ali isto” me incomoda. Raramente me sai da boca. Se tenho mãos pego, se tenho pernas vou. Não sei, se calhar estou muito errada. Deixem-me ver. Tenho pouco afeto a tratamentos “especiais”, gosto de ser tal qual eu sou, normal. Só não sejam mal educados comigo. Tratem-me bem sim, se for genuinamente.
E A Vida Em Play, esta minha construção, tem estas mesmas bases. Não fôssemos nós a mesma pessoa. Então, deixem-me que vos conte: esta quinta-feira saí de câmera em riste, com destino à Praia da Baía em Espinho para assistir a Portugal no Mundial de Praia. Deparei-me com uma fila assim como o meu vídeo mostra! Então de lá, lá do fundo, tirei as minhas imagens. Certamente já não ia entrar. Não dava para todos, apesar do meu ingresso. Então dediquei-me à envolvência, que aliás era bem bonita de se ver. Conhecem a praia de Espinho? Espreitem!
Na Madeira, não almocei e jantei por uma troca. Não houve troca. Não houve mesmo. Fui e fiz por minha iniciativa. Por minha conta e risco. Porque genuinamente me apeteceu, porque genuinamente aquele lugar dá vontade de falar dele. E, porque tenho um lugar chamado A Vida Em Play que me move. Não houve hotel. Não houve patrocínio. Estou a construir alguma coisa. Sabem, estou a investir. Com trabalho. Muito. E que gozo ele me dá. Estou a fazer coisas com o que me aconteceu. Se não sei como ter um lugar “lá onde os outros se mostram”, faço eu o meu caminho. E o melhor de tudo? Está a correr bem. Está a tornar-se gente. Daquela gente com alma. Agora sim, acho que posso começar a pensar em fazer de ti alguma coisa.
*
Não podia ficar em casa com esta ânsia que tenho de fazer coisas, de contar histórias, escrever, reportar. Não posso ser cruel comigo ao ponto de atirar o meu eu criativo ao lixo. Se calhar é este o meu caminho, talvez consiga caminhar sozinha. Não é perfeito, não. Mas não tenho intenções de o ser de maneira nenhuma.
Está a ficar sério. Entretanto tenho que pensar em pedir credenciais. Porque ficando sério, não posso perder o golo. 😉
P.S.: Às vezes temos que ser os últimos da fila por algum tempo. Apura os sentidos e dá-nos mais força.
*
Gabriela Relvas
*FORÇA PORTUGAL*
Depois de ler o post, fui ver o video. Para mim está muito original e simples. Mesmo sem ver o evento, conseguiu construir uma oportunidade. Transmite-nos um bocado da envolvente com a sua naturalidade. Quando gostamos é mesmo assim. Só ficamos arrependidos do que não fazemos.
Que bom Paulo! É importante para mim este tipo de feedback para entender se o que estou a reportar faz sentido. Muito obrigada mesmo!