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Meu amor, onde estás? Onde existes e por onde caminhas, onde vives a tua vida? Meu amor que falas a minha língua, meu amor que vês o que eu vejo, meu amor que ouves o que eu ouço, vem sem aviso, não anuncies, mas vem. Vem inteiro e com tudo. Tudo de ti. Vem com voz e palavras para serem ditas. Vem falar-me de ti, de mim e do mundo. Dos teus sonhos e dos meus. Vem contar-me coisas que quero ouvir-te. Quero olhar para ti com tempo e por dentro. Quero encher os teus olhos e os meus de emoção. Sentir que és tu cada vez que te toco e cheiro. E ter medo, muito medo de perder-te. Tremer de o pensar. Morrer.

Espero-te porque não me satisfaz o está tudo bem, não me satisfaz uma coisinha boa, que é só boa e não mais que isso. Tantos e tristes que somos por aí não mais que conforto. Não mais que o medonho que é o estar na frente das coisas sem mais ninguém. Não mais que o medo do tempo que corre. Não mais que o expectável! Deixamos que o externo se aproprie das paredes de nossa casa (burros! Idiotas! Foda-se!). Tão bem mandados que somos. Não concordas comigo (e desculpa-me a linguagem)?
Meu amor. Gostava que fosses louco. Que cometesses loucuras. Sei lá. Que fosses ainda mais louco que eu. Não tenho medo que o sejas, desde que o sejas, o assumas e me enlouqueças (às vezes). Vá lá, eu alinho. Vou alinhar sempre.
Meu amor vem de rompante e tira-me o chão. Tira-me o certo, o seguro e o sabido. Faz-me aprender tudo de novo. Ensina-me e deixa-me ensinar-te. Ensina-me as coisas que sabes e eu não sei. Eu não sei de tanta coisa. Mostra-me! Eu aprendo rápido e tenho esta sede de saber. Prometo ensinar-te também.
Ri comigo. Ri muito comigo. Vamos pegar no carro e deixá-lo ir. Nas pernas e deixá-las ir. Mas vamos colados. Pele com pele. Vamos sem precisar de mais. Canta comigo na viagem. Canta mal ou bem, canta como sabes e como quiseres. Alinha comigo. Bebe uma garrafa comigo. Sentados no chão e descalços. E deixa-me abrir a garrafa, não me assumas como frágil.
Meu amor vamos continuar a dormir nús no inverno. Pele com pele. A nossa forma, a nossa linguagem.
E meu amor não me prendas, porque não vou prender-te.

A vida deve ser tão mais bonita ao teu lado.

Gabriela Relvas

6 Comments

  • Luís C. Galvão diz:

    https://youtu.be/8Y_wnJRruAA
    Vem, meu menino vadio,
    Vem, sem mentir prá você

    Vem, mas vem sem fantasia,
    Que da noite pro dia
    Você não vai crescer

    Vem, por favor não evites meu amor, meus convites
    Minha dor, meus apelos,
    Vou te envolver nos cabelos,
    Vem perde-te em meus braços pelo amor de Deus
    Vem que eu te quero fraco,
    Vem que eu te quero tolo
    Vem que eu te quero to…do meu

    Ah, eu quero te dizer que o instante de te ver custou tanto penar
    Não vou me arrepender,
    Só vim te convencer que eu vim prá não morrer
    De tanto te esperar,
    Eu quero te contar das chuvas que apanhei
    Das noites que varei
    No escuro a te buscar
    Eu quero te mostrar
    As marcas que ganhei
    Nas lutas contra o rei
    Nas discussões com Deus,
    E agora que cheguei
    Eu quero a recompensa
    Eu quero a prenda imensa
    Dos carinhos teus…

    E agora que cheguei
    Eu quero a recompensa
    Eu quero a prenda imensa
    Dos carinhos teus…

  • JNS diz:

    Olá Amor,

    Estou aqui. Sou eu! Reconheces-me?
    Sei que nunca nos vimos, falámos, tão pouco nos tocámos. Sei que estou a tardar na chegada, mas chegarei em breve. Saberás que sou eu?

    Tenho saudades de te dar a mão e viver milhares de vida num só aperto. Quero isso, quero o que me foi prometido e roubado tantas vezes noutras vidas que vivi e que sinto que não eram bem as minhas. Afinal, não estavas lá.
    Preciso de ti inteira, com tudo o que foste, és e que vais ser. Não saberei ser diferente, afinal és tu amor.

    Quero olhar-te nos olhos todos os dias e fazer-te sentir como se fosse a primeira vez e apaixonar-me sempre.
    És tu amor? Estou aqui!

    Não te procuro desesperado mas desesperado fico a cada vez que te desencontro. Tenho tanto para te dar, libertar e ensinar. Tenho uma sede de aprender o que até hoje ninguém me conseguiu ensinar. Oiço palavras que soam bem mas que saem da boca que não me encanta, que não me satisfaz e que não me faz simplesmente ir.
    Já tive o que agora sei serem estranhos que percorriam as paredes da minha casa, e sim…foda-se! Foda-se para isso, para mim e para a minha burrice que fez de mim menos Homem por ver o erro à minha frente e ainda assim aceitar.
    Estou aqui! Onde sempre estive mas onde nunca verdadeiramente existi.

    Hoje percebo a insatisfação, o não contentamento, o querer a loucura certa, a teimosia que excita, o intelecto que me faz debater, conversar, discutir e até exaltar. A troca de ideias que nos apaixona e nos garante no final um dar de mãos sincero, desejado e estimado para sempre e enquanto o sempre o permitir.

    Estou aqui, para ti, por nós!
    Vamos de cabelo ao vento, na maresia para o incerto, mas certos de que é exactamente ali que devemos estar. Não preciso de te dizer para onde.
    Vamos finalmente partilhar uma garrafa, um riso, uma canção que sei que vou arruinar, um chão frio debaixo dos nossos pés que não nos arrefece.
    Não preciso que me digas para onde. Eu sei, tu sabes.

    Meu amor, fala para mim no silêncio da noite. Eu vou-te ouvir. Faz-me companhia e sossega o meu coração que não me deixa dormir, inquieto por não saber de ti. Fala que eu oiço, fala que eu te respondo.
    Ouves-me?

    Estou a chegar… a vida é tão mais bonita ao teu lado.

  • Inês Bento diz:

    Está fantástico! Estou sem palavras! Arrepiante! Amei!
    Aqui fica um que acabei de escrever! Não foi pensado, nem corrigido! Foi apenas sentido! Do coração! Estou-lhe muito grata mesmo por partilhar este blog maravilhoso e estes artigos arrepiantes, incríveis, fantásticos connosco! Um beijo enorme e ansiosa pelo próximo post!

    Ola meu amor! Meu doce! Sabes, tenho saudades tuas… muitas mesmo… do teu cheiro, da tua voz, dos teus abraços, dos teus beijinhos… do teu sorriso…
    Lembras-te daquela praia, aquela em que nos encontramos pela primera vez… aquela em que vimos o pôr do sol juntinhos, só os dois? Foi o melhor dia da minha vida! Talvez porque tu fizeste parte dele… Queria tanto que o tempo voltasse a trás e estivéssemos nesse dia outra vez, nessa praia a ver o pôr do sol, sozinhos… e o tempo parasse, aí mesmo, para sempre… Mas tu agora não estás cá mais… Oh meu amor! Porquê? Porque é que te foste embora e me deixaste neste sofrimento constante? Este sofrimento que aumenta com a incerteza de não voltares para junto de mim! Tenho saudades do teu corpo, da tua pele, dos teus lábios de um vermelho suave, dos teus olhos cor de avelã, do teu cabelo loiro e perfumado… Tenho saudades de quando me dizias que me amavas, de quando tocavas e beijavas a minha pele e dizias que era a pela mais linda do mundo, de quando dizias que eu era só tua e de quando me abraçavas! Tenho saudades de ti! A minha vida só faz sentido ao teu lado! Volta para mim! Por favor… Sou tao mais feliz contigo! sinto um vazio enorme aqui dentro… preciso de ti… Muito! Só tu me fazes sentir viva! Contigo foi metade do meu coração… e a outra que ficou? essa… essa está cada vez mais fraca… mais sozinha… mais triste… Volta depressa meu amor! Não aguento mais…

    • Gabriela_Relvas diz:

      Que lindo Inês Bento! Muito obrigada pela partilha! E obrigada pela sinceridade do elogio. Foi importante.

      • Inês Bento diz:

        Obrigada eu! Já li este artigo imensas vezes e nao me canso… Gosto mesmo muito dele! Está tao mas tao lindo! Emociono-me a ler muitos dos seus artigos! Tem uma escrita deliciosa! Cada palavra… percebe-se que é mesmo de coração! É sentido! Eu sinto isso! Maravilhoso mesmo! Arrepiante!
        GRATA!

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