Sinopse

“Eis‐me aqui. Suspensa. Não há chão nem céu ou telhado, e não faço ideia porque não tombo. Tenho no meu corpo as mesmas roupas que vesti naquele dia
trágico, mas não cheiro a nada. Há em mim apenas uma sensação de existência, como nos sonhos. (…) Aqui não há nada além da mestre de cerimónias Ofélia, uma anã gorda e pespineta de cabelo grisalho, e uma porta míngua de madeira escura.

Morri.
Tenho um portátil amarelo.

Ainda não vos tinha dito, pois não?
Mas para a frente com a película autobiográfica!

Eu gostava da minha vida com o Duarte no Grande Hotel Lindo de Paris. Sim. Sim. Sim.
Mas morri. Oh!, já morri. Aceita, Regina. Aceita esta casa da tua morte. Aceita o teu portátil amarelo.”

Através de um enredo não linear e psicológico, saltamos do Purgatório para a Terra e da Terra para o Purgatório. Neste pingue‐pongue acompanhamos Regina e
ficamos a conhecer todas as personagens que contribuíram direta ou indiretamente para a sua morte. Ou devemos dizer vida?

Fica do seu lado a decisão.

Mais detalhes sobre o Livro

“Como aquelas vozes não correspondiam aos corpos. Eles miavam como a alcatifa em cima do soalho velho; quem sabe fossem bruxos, pior, trapaceiros. Então desconfiei que o espumante pudesse ser mijo, e não, não era bom, era antes uma merda.
Mas nós bebemos. Tudo! O espumante e todas as mini garrafas do minibar a precisar de óleo nas dobradiças — no Grande Hotel Lindo de Paris, tudo miava… Até nós nos transformámos em gatos.”

Regina morre aos quarenta anos. Assim que entra no Purgatório é obrigada a escrever os seus pecados num portátil amarelo, a mando da mestre de cerimónias Ofélia, uma anã gorda e pespineta sempre à espreita, que anseia por palavras como bling-bling, quem sabe para o Tráfico da Inteligência Artificial Avançada, que quer textos mais humanos, cheios desses sentimentos e falhas de carne e osso.
Acreditando que o seu maior pecado é o amante que teve durante os últimos quatro anos de vida, Regina começa por confessar esse segredo, que tão bem guardou, dentro de quartos de hotel baratos e encardidos pela tinta camaleónica de cheiro a corpo.
Mas, aquilo que deveria ser uma lista de pecados, depressa acaba por se transformar em insubordinação. Ou antes, uma lição.

AVISO: Este romance inclui uma avó com um nome filha da puta, uma mãe suicida, um pai que não sabe ligar o fogão e um amante cheio de criptomoedas nos bolsos da imaginação. Também inclui muito álcool e benzodiazepinas.
Boa sorte.

A Carta Amarela

A Carta Amarela é um caso íntimo. Apenas e só para aqueles que aderiram ao meu canal de Instagram – o Purgatório.
Enviei-a para os que compraram o livro na pré-venda e me fizeram chegar a vontade de a receber, com a promessa de que não partilhariam o seu conteúdo.

Está totalmente relacionada com o ato de escrever este livro.

Mas já agora, fica o convite para aderirem ao Purgatório.

A confissão da defunta

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