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Assumo a minha culpa (sou francamente sensível). De gostos simples. De sensações simples. Mas fortes. Gosto que a gargalhada faça doer a barriga e vinque as bochechas do rosto.

Antes de qualquer outra coisa sou pessoa. Mulher, frágil e forte num só frasco de vidro transparente. Como se de um poção se tratasse, se desse a beber só para perceber do que se trata. Simples e complicada. Muito simples e muito complicada. Mas acima de tudo simples. Simples com as pessoas. Simples nas palavras. De gostos simples. De sensações simples. Mas fortes. Quando convicta, sou dura. Há quem diga que não sei ser dura. Mas sei. Magoo-me facilmente porque tenho o vício de sentir muito as coisas. Assumo a minha culpa (sou francamente sensível). Sou de sorriso fácil. De fácil acreditar. Ingenuamente eu mesma. Irra! Já não mudo.

Sou de acordar cedo. Muito cedo. Amo a cor do dia quando amanhece. Faça chuva ou faça sol. É a melhor luz para todas as coisas. E a alegria vem mesmo pela manhã. O primeiro sorriso do dia só pode ser o mais bonito de todos. Sou assim, de reações genuínas e espero-as na mesma medida.

Preciso de um bom pequeno almoço. Não saio de casa de barriga vazia. Sou um bom prato ao almoço e ao jantar. Comer é de facto algo que por si só me deixa feliz. Vêem? Sou de gostos simples.

Encontro-me naquela terra de ninguém: não tenho vintes e não tenho quarentas. Tenho 31 e gatinho para o 2. Maquilhagem e salto alto até às tantas da manhã, num lugar fechado com música não selecionada por mim é algo em que acredito até estar lá. Depois de estar lá quero correr para casa. Mas ainda na idade em que me dou ao trabalho de preparar e ir, achando na maioria das vezes um completo desperdício. Não sei se é defeito ou feitio. Às vezes acho-me velha. Carrancuda. E no segundo a seguir dou uma forte gargalhada e pareço uma criança a saltar de nenúfar em nenúfar. Tenho esta coisa de me reinventar sem dar por isso.

Sou a menina que carrega o saco das batatas. A garrafa de gás. As águas e os detergentes e não quer ajuda. E sou a menina que não aguenta ver meninas com manias de menininhas. Arreliam-me aqueles “ais”. “Ai as costas”, “ai as unhas”, “ai”. Não me parece justo.

E nesta coisa de dizer coisas sobre mim, esqueci-me de vos contar os meus vícios. Vou dizer apenas aquilo de que me lembro de imediato. Gosto de correr (bem cedo pela manhã), jogar à bola, de ficar embevecida frente à tela do cinema (mas aqui abro exceção nos gostos simples, aqui eles complicam-se, sou excessivamente dramática). Gosto de Teatro. Gosto muito de Teatro. Gosto de cantarolar ao ponto de inventar as minhas canções. Gosto de dançar frente ao espelho do quarto e abanar cada centímetro de pele. Gosto de estar sozinha, preciso do meu tempo comigo, sem ele corro o risco de me perder. Gosto de ver o tempo a passar com os que amo e valem a pena. E gosto de escrever. A cada palavra conheço-me melhor. E como sou um bicho simples um tanto difícil de entender, a palavra alivia-me, a palavra liberta-me. E o quanto eu gosto de me sentir livre.
Ah! Como me poderia esquecer: gosto de rir! Gosto que a gargalhada faça doer a barriga e vinque as bochechas do rosto.

E agora vem o formalismo. Aquele que a sociedade impõe para a credibilidade das coisas. Licenciei-me em Comunicação em 2005. Tirei Relações Internacionais no âmbito do programa Erasmus (Holanda), nesta altura. Depois veio o Curso Intensivo de Formação de Atores. Um ano fantástico. Um ano de encontro comigo (o Teatro tem este poder). Atenta no que diz respeito a formação para Televisão, seguiram-se vários Workshops. Comecei na Endemol, fiz Teatro, Musicais, Revista, Séries Televisivas e Novelas (passei pela RTP 2, RTP 1, SIC e TVI). Mais recentemente fui parte integrante da nomeada para Emmy: Belmonte (TVI). Orgulho naquele grupo! Apresentei vários programas. Alguns: Quem Quer Dinheiro na TV Record (programa de jogos interativos e em direto), Beat Generation na TVI 24 (um magazine cultural) e o Giro na TV Record (programa de turismo e lazer).

Ah! E sigo o sonho. Dia após dia. Não é que o sonho comanda mesmo a vida!

Mas porque não gosto de acabar com formalismos. Vou repetir-me. Vou dobrar a gargalhada. E o que eu gosto que a gargalhada faça doer a barriga e vinque as bochechas do rosto.

Fiquem com A Vida Em Play. A cor das minhas manhãs que vem com o primeiro sorriso do dia, as melhores horas para os meus devaneios criativos.

E tu? A que horas te reinventas?

P.S. Põe Play na vida.

Gabriela Relvas

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