Há um segundo que se cala
Mas és silêncio que estagna.
Preenches o corpo incrédulo.
És o estalo que fica.
O que dói
O que vai doer para sempre.
O que não se quer sentir e quer-se,
não se querendo.
Quer-se,
para não se esquecer.
Apareceste na socapa.
Monstro.
Apareceste com a tua filosofia de merda.
Monstro.
Apareceste com as tuas bombas de merda.
Monstro.
Roubaste o que não se rouba.
Monstro.
Coisa ruim.
Coisa feia.
Horripilante.
Lixo.
Vidas normais.
Umas melhores que outras.
Umas com mais sonhos que outras.
Umas a aprender a sonhar.
Umas na riqueza do envelhecer.
Eram.
Foram.
As vidas de Paris.
As de Beirute.
As que escorraças com a tua presença medonha da sua própria terra.
Deixa o muçulmano ser
Deixa o católico ser
Deixa-nos com as nossas crenças.
As que têm os normais.
Não há lugar para ti no chão de gente.
Dói.
Mas o silêncio estagnou.
Espera-vos a vida que escolheram,
Essa.
A de toupeiras e bombas relógio
A do cheiro a explosivo.
A de decapitadores de cabeças.
Sintam um dia o que são.
Oxalá.
Ergue-te Paris
Prova que és diferente.
Não sei como nem por onde.
Ergue-te e ensina de outra maneira.
Gabriela Relvas
Lindo e profundo.
Paris erguer-se-á, com o seu querer, com a conjugação de energias positivas, com a nossa vitalidade!
Gostei do seu poema, porém, a imagem deixou-me uma sensação de angústia. Oxalá seja apenas isso.
Com.
Muito obrigada pelas suas palavras. A imagem escolhida foi a representação da tristeza que senti com o tamanho massacre. Foi o luto. Mas agora é tempo de positivismo sim! E é com amor que nos erguemos!